segunda-feira, 27 de julho de 2009

A distância

Texto criado para prova de acesso ao curso de Cinema e Audiovisual do ESAP

A DISTÂNCIA

São 00h30, terminou mais um dia de trabalho no aquartelamento de Liquiça, no centro está tudo calmo está na hora do descanso, aproveito estes últimos minutos antes de adormecer para te escrever mais umas linhas, sei que ainda vou ter de esperar pelo menos 3 semanas até ter uma resposta tua.
De repente ouço o alarme, salto da cama, e apenas tenho tempo para calçar as botas e pegar na arma. Estão todos estão a correr, penso o imaginável, será que? Não quero acreditar, estaremos sob ataque? Parece-me impossível.
Estranho, não ouço disparos nem barulhos estranhos vindos de fora, apresso-me para o centro, pelo caminho apenas tenho tempo para pegar no colete táctico e no capacete. Finalmente entre a confusão gerada pelo alarme chego ao centro de comando. Aquilo que me pareceu uma eternidade fora apenas uns minutos. Tudo me parece irreal. No centro pergunto ao tenente que se passa. Encontramo-nos longe de casa num pais amigo chamado Timor, temos boas relações com a população local, nenhum indício houvera que algo poderia estar errado.

- Nova York foi atacada. – Reponde o tenente.
- O quê? – Pergunto.
- Á pouco mais de 25 minutos atrás, um avião atingiu uma das torres gémeas em Nova York, á uns minutos atrás a outra torre foi também atingida por um segundo avião. Recebemos uma mensagem do comando de sector a indicar que foi dado um alerta geral a todos os países e forças destacadas da Nato. Todos os nossos aquartelamentos aqui e em Portugal encontram-se em completo estado de alerta, entra em contacto com a nossa patrulha que se encontra no limite do sector. - Informa-me o tenente
- Bravo 2, Bravo 2 aqui Charlie 1, escuto. – Chamo-os pelo rádio.
- Bravo 2, Bravo 2 aqui Charlie 1, escuto. – Repito a chamada.
Após mais algumas tentativas finalmente obtenho resposta.
- Charlie 1, Charlie 1 aqui Bravo 2 á escuta. – Responde-me o operador.
- Tenente já os tenho em linha. – Informo o tenente.
- Bravo 2 aqui é o maior desta, escuto. - Diz o tenente.
- Aqui Bravo 2, transmita. – Responde o operador.
- Bravo 2, mais informo que estamos em Delta, escuto. – Diz o tenente.
- Aqui bravo 2, acuso repetindo, estamos em Delta. – Responde o operador.
- É correcto Bravo 2, sem mais terminado. – Termina o tenente a comunicação.
- Tenente e agora? – Pergunto-lhe.
- Agora temos de esperar e ver o que acontece, fica a escuta. Vamos ver se conseguimos obter mais informações.

De imediato aproveito para procurar nos canais de informações que temos via satélite, alguma notícia, o tempo passa, vejo cair a primeira torre, seguida pela segunda passado alguns minutos, vejo a devastação provocada pelo ataque, nas notícias novas informações surgem minuto a minuto, um terceiro avião colide com o Pentágono e um quarto cai algures na costa leste americana. Imagens com aviões de combate aparecem na televisão, o espaço aéreo americano é fechado.
Entre a confusão gerada pelos eventos, em conversas, pergunto-me quem poderá ter e com que objectivo realizado o ataque. Mas preocupo-me mais quando poderei regressar a casa e estar contigo, foram já longos os meses desde que embarquei naquele avião para Timor, não estamos juntos desde Fevereiro, sinto a tua falta, por vezes sinto-me perdido, as cartas demoram a chegar, o telefone nem sempre funciona, será que está tudo bem por ai. Não sei. Finalmente consigo a ligação.

- Moreninha. – Pergunto
- Sim, está tudo bem contigo? – Perguntas-me
Ouço a tua voz, sinto-me mais calmo.
- Sim por aqui está tudo bem, não se passou nada. Apenas uma noite um pouco mais complicada do que é normal, mas está tudo bem. E por ai? – Digo-lhe, tentando manter a calma.
- Por aqui também está tudo bem. Foi mais o susto que outra coisa. Quando regressas? – Perguntas-me.
- Não sei, a informação é que seria no final do mês, mas agora não se sabe.
- Volta depressa, amo-te. – Dizes-me terminando a chamada.

Passados alguns dias, com a situação mais calma, consigo dirigir-me a Díli, aproveito um reabastecimento, para descobrir novidades. Algo se passa, na estrada Liquiça – Díli, estrada junto ao mar, encontram-se vários pequenos acampamentos com viaturas blindadas com insígnias americanas. Aproximamo-nos e perguntamos-lhes e que fazem ali. Respondem-nos que se encontram em manobras militares apenas um exercício. Soube mais tarde que esses militares, faziam parte das tropas alojadas num porta-aviões e que foram para o Afeganistão.
Chegado a Díli, pergunto o que se passa, novidades. A resposta é simples, o caminho aéreo que ia ser utilizado para a troca de batalhões já não é seguro. O caminho era através do Médio Oriente e agora é capaz de não ser o melhor caminho. Esperamos a ver o que se decide, dizem-me.
Passados alguns dias, já de volta a Liquiça, finalmente tenho uma data de regresso. Com alguma dificuldade consigo contactar a Ana.

- Sim. – Atende ela.
- Já sei quando devo regressar. – Digo-lhe.
- Quando? – Pergunta-me.
- Algures entre o dia 20 e 25 de Outubro devo estar ai. – Repondo-lhe.
- Ainda falta tanto tempo, sinto a tua falta. – Diz-me.
- E eu a tua. É pouco mais de um mês. Passa rápido. – Digo-lhe tentado acreditar nas minhas palavras.
- Amo-te. – Diz-me desligando a chamada.

Perdido (Parte 1)

Por entre um cigarro e um joint, contendo em mim uma furia por erros cometidos.

O dia começou bem . Acordei após algumas curtas horas de sono. levanto-me, dirigo-me a janela e lá fora assisto ao desenrolar de mais um dia banal. lembro-me do que passamos e relembro-me da nossa conversa, tudo acabou.
Dizes-me para seguir com a vida, resolves por nós que devemos começar uma vida nova. Mas eu não quero, acomodei-me é verdade, mas não foste diferente de mim. entramos numa rotina que em nada tivera a haver com o nosso passado. Passo os meus dias perdido em pensamentos distântes, pergunto-me o que estarás a fazer, pergunto-me se pensarás o mesmo. muitas perguntas ecoam na minha mente, todas sem resposta...
Ligo-me ao mundo virtual, perco-me em páginas atrás de páginas, hi5, twiters, facebooks, etc. tudo falso, estranho, descubro que há muita gente sozinha neste mundo, o mundo virtual é apenas um escape e não passa disso. Os amigos tentam reconfortar-me, dissendo que talvez é o melhor, visito todos os locais onde costumava-mos andar, Ribeira, Aliados, Foz na esperança de talvez voltar a ver. continuo perdido...
(a continuar)

sábado, 1 de dezembro de 2007

Objectivos

Oi povo....

Criei este blog para colocar textos de minha autoria, quer em inglês quer em português...